segunda-feira, 31 de maio de 2010


Relógio trancado

É tarde da noite
Não sei que horas são
Pois tranquei o meu relógio
Na gaveta de minh'alma

Pois me agoniza ver o tempo passar
O tempo do relógio anda contra mim
O tempo está passando
E eu aqui parado.

Sentado no meu futuro leito de morte
Minha poesia saiu do coma
Ela estava adoecendo dentro do meu coração

Pra mim agora o tempo
Não existe,é uma coisa banal
De quem está vivo
Para o meu azar
O meu relógio vou destrancar da gaveta da minha solidão
Agora vou encarar o tempo de frente

Não tenho mais medo do tempo
Afinal ele é que tem medo de mim...

Sonho sobressaltado...

No meio da noite acordei de um sonho sobressaltado
Pois fui dormir com voçê dentro de mim
E acordei todo suado
Meu coração ficou acelerado
Minha musa te amo tanto...

Me arrependi do que fiz com voçê
E agora tu não queres ver
O quanto sofro por não ti ter

Sei que te larguei
Sei que desliguei o telefone na sua cara
E a partir desse momento
Senti muito arrependimento
Pois ainda te tenho aqui por dentro
Mas mesmo assim,com todo esse sofrimento
Que senti por tua causa
Ainda te amo
Sei,sei que amor e sofrimento andam lado a lado
E sempre te quis aqui por dentro de mim
Se te quero?
Te quero sim
Larga de ser prepotente e volta pra mim!

A confiança...

Meus pensamentos me atordoam
Sinto-me sem confiança
Não acredito em mim
Oh! Agonia,detesto-te,saias de mim
Saias daqui agora e para sempre

Cala-te agonia de agouro de amor
Saias de mim baixa auto-estima
Preciso crer em mim
Valorizar-me,amar-me

A auto-confiança é a arma
Para o sucesso,para o amor
Quero que tu agonia vazes
D'minh'alma que sofre

Quero confiar em minha
Esplendida magnitude
Que minh'alma tenha atitude

Ô inveja sai-as daqui e já
Deixai a minha mente
Desincorpore de meu ser

E que eu viva positivamente
Em conexão com o meu subconsciente
E que ele me deixe confiante
Para o que a vida
Me reserva adiante...

sábado, 29 de maio de 2010


Dicas de livros: estou lendo no momento Fausto do Goethe : um grande classico da literatura alemã. O livro é um poema em forma de teatro, pois ultiliza a narrativa em versos metrificados...conta a história de um homem que vende a sua alma ao Demonio em troca de conhecimento e sabedoria.

terça-feira, 18 de maio de 2010


Herculino, (sem distinção de maiúsculas e minúsculas..."Miscigenação"

AQUI QUEM VOZ FALA É UM HOMEM SEM fala
UM POETA SEM PALCO
UM HOMEM SEM VIDA
UMA VIDA SEM DONO
UM CAPATAZ SEM ODIO
UM LOUCO SEM LOUCURA
UM POETA SEM POESIA
UMA POESIA SEM PALAVRAS
SOU UM HOMEM QUE VIVE SEM VIVER
SOU O SOL SEM AMANHECER

SOU A ESTRELA SEM BRILHO
SOU A PROSA SEM POESIA
SOU DEMAGOGO SEM DEMAGOGIA
SOU A LUZ SEM BRILHO
SOU O REJUNTE DO LADRILHO
DO CHÃO DO TEU BANHEIRO
SOU UMA BARATA
SOU UM deus (com D minusculo)
vivo sem céu
vivo sem terra
vivo sem viver a vida
vivo morto sem a minha propria vida
sou uma alma sem dono
sou a porta do meu abismo
pois cai na minha propria vida..

Oh pobre de mim Deus unge a minha alma com o teu cajado
cure a alma de um pobre atormentado
quisera eu falar com o silêncio d"alma mejera que habita dentro de mim
agora que aqui sofro nessa vida sofrida tende piedade de mim
peçoo aos mortais que orem pela minha alma
pois nem Deus pode me salvar....

Não sei no que devo crer
não sei se crença existe
não acredito e nem desacredito em Deus
ai meu Deus se tu existes de verdade
creias na minha bondade
não sou homen nem santo
não sou tu ô Deus
não sou homem nenhum
tambem não sou Diabo nem Demonio
nem anjo nem santo
sou uma coisa piegas da grande aurora blasfêmia
não sou cristão
nem ateu
nem judeu
não tenho fé
pois fé é crer
e crer é acreditar em algo
seguir uma utopia utópica
um ideal
mas qual ideal é uma ideia real?
e o que pode ser real se a mentira existe ?
falo pelos cantos
falo com a voz muda
brinco com as palavras
soneto pelos cantos
leio quatro cantos da lira camônica
que jaz numa antiga terra
chamada Portugal
minha poesia é imortal
assim como os imortais
acadêmicos da ABL..
sou um novo Machado
ou um outro Alencar
quem sabe serei talvez
um Martin
ou um Bento Santiago
ou serei eu ainda quem eu não fui ?

serei, serei eu mesmo
mesmo sendo outra pessoa
mesmo que minha poesia seja uma pessoa
um Fernando
um Drumond que não é
e nunca será De Andrade
pois poesia e poeta
estão por ai
pelo mar
por uma nau naufragada
num mar seco de crepúsculos
sou o comandante da minha vida
que naufragou por si mesma
os poetas morrem
jazem tísicos
e vão pra uma terra de lira e poesia
que existe num lugar onde nada é nada
num mar seco
lá onde onde o certão é frio e chuvoso
lá onde o inverno é seco e caloroso
lá pra onde eu irei
e me encontrarei com Castro Alves
e com Casemiro
não morrerei tísico
com este mal do secúlo XIX
morrerei por não ter mais o que viver
por não ter mais o que sofrer
por não ter mais um conflito
por ja não mais estar vivo...
mais estarei vivo com minha morte
a minha vida que não é feita de sorte
nem sei se estou vivo ou morto
a minha morte é mais pobre
do que qualquer vida nobre...
vida,
vida vivida
morte.
Morte morrida
vida rica
vida severa
vida de castigos
vida sem prestigios
vida e morte
morte e vida
andam lado a lado
de mãos dadas
vida por um triz
viver no fio da navalha
viver no limite
desconfiar da morte
se é que ela existe
num leito estarei ao pé da minha cova
numa lápide estará escrito
( aqui jaz um homem que nunca viveu)
sou eu...?
sou eu sem ser eu.
sou eu quem outrora jazeu...